Conheça as suas opções nessa etapa de preparação para a transferência embrionária nos tratamentos de reprodução assistida
Por Dra Alessandra Bianchini Daud, CRM/TO 2479
O que é preparo endometrial?
O endométrio é uma camada que reveste a parte interna do útero. É neste tecido que o embrião formado na concepção se “instala”, no processo chamado de nidação. Só que, para isso acontecer, o endométrio precisa estar no ponto certo.
Esse revestimento se modifica ao longo do ciclo menstrual. Em alguns momentos está mais fino, quando a mulher não engravida, ele descama e é liberado pela menstruação. Em outros momentos, após a ovulação, fica mais espesso graças a ações hormonais. É nesse ponto, quando atinge uma espessura adequada, que está apto para acolher o embrião.
Tudo isso acontece naturalmente, todos os meses, no organismo de mulheres saudáveis. Quando, por qualquer motivo, a mulher opta por fazer um tratamento de reprodução humana, precisamos nos certificar de que o endométrio está preparado para o momento da transferência embrionária, assim como seria se ela tivesse engravidado naturalmente. É aí que entra a etapa de preparo endometrial.
Conheça os tipos de preparo endometrial
Primeiramente, vamos citar o preparo para transferência a fresco. Ele leva esse nome porque acompanha o ciclo da FIV (Fertilização in Vitro). Leia-se: A retirada dos óvulos, formação do embrião e transferência. Nessa situação, o endométrio já foi estimulado pela própria medicação utilizada na FIV e o embrião formado não é congelado. Portanto, se estiver tudo certo, podemos aproveitar o momento para já realizar a transferência e esperar pelo resultado positivo.
Muitas pacientes, porém, acabam realizando o congelamento de óvulos ou dos embriões já formados, por isso precisam passar pela etapa de preparação do endométrio antes da transferência embrionária, quando decidirem engravidar.
Preparo endometrial para transferência de embriões congelados
Assim como todo atendimento médico, a escolha do preparo endometrial também precisa ser individualizada. Para algumas mulheres, um tipo específico vai ser melhor do que o outro. E, às vezes, somente durante o tratamento é possível identificar que um determinado protocolo escolhido não foi adequado para aquela paciente. Inclusive, não raramente mudamos o curso do tratamento e testamos um preparo endometrial diferente para alcançarmos resultados mais satisfatórios.
Basicamente, temos três tipos de preparo endometrial para transferência de embriões congelados:
1. Medicação oral. Ministramos um tratamento à base do hormônio estradiol para as pacientes e acompanhamos o desenvolvimento do endométrio. Ele precisa ficar espessado e trilaminar. Quando atinge uma espessura acima de 7 ou 8 mm, complementamos o tratamento com o hormônio progesterona via vaginal. Após 6 dias da progesterona, fazemos a transferência embrionária. O tratamento dura, em média, 18 dias.
2. Ciclo natural. Como o nome sugere, acompanhamos o desenvolvimento folicular e o espessamento natural do endométrio. Precisamos monitorar, também, o momento da ovulação para conseguirmos introduzir a progesterona no período adequado. Esse tratamento requer uma monitorização mais de perto. Por isso, exige disponibilidade da paciente para fazer ultrassons em qualquer data.
3. Preparo induzido. Nesta modalidade, utilizamos medicamentos (que podem ser orais ou injetáveis) para aumentar o número de folículos. Diferente do ciclo natural, em que apenas um folículo se desenvolve, neste tratamento um maior número de folículos será recrutado, ocasionando uma maior produção de estradiol para estimular o endométrio. Neste caso, também precisamos que a paciente tenha disponibilidade para fazer vários ultrassons ao longo do preparo para identificarmos a hora certa de ministrar a medicação. Nesta modalidade também introduzimos a progesterona e, no sexto dia, geralmente, programamos a transferência embrionária.
Qual é o melhor preparo endometrial para você?
E agora? Qual tipo de protocolo escolher para o seu tratamento?
Para tomarmos essa decisão, precisamos avaliar a história de cada paciente. Se ela tem ciclos regulares para fazer o ciclo natural, se ela mora em outra cidade ou tem horários de trabalho pouco flexíveis para conciliar com a realização de ultrassons seriados, o custo-benefício, se houveram tentativas anteriores, se há algum histórico de doença relacionada... Tudo deve ser considerado.
Muitas vezes podemos começar pelo mais simples, o preparo medicamentoso, que pode ser oral ou transdérmico. Ele é mais prático e muitas mulheres se beneficiam com esse tipo de protocolo. Se necessário, podemos partir para outra opção... Não existe uma regra.
Agora, uma coisa é certa: Independentemente do protocolo escolhido, tenha em mente que a equipe médica da clínica Gerare somente fará a transferência embrionária se o endométrio estiver adequado para receber o embriãozinho. Afinal de contas, assim como você, o que mais desejamos é terminar essa jornada com um resultado positivo atestando que deu tudo certo.
Fontes:
Gerare Reprodução Humana
CFM – Conselho Federal de Medicina
SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida