Entenda a relação da idade com as chances de sucesso de gravidez
Por Dra Luciana Reis, CRM 2728/ RQE 1316-1491-1492-2931
O aborto espontâneo é um evento relativamente comum no início da gravidez. Trata-se de um processo natural quando o embrião é incompatível com a vida, ou mediante qualquer complicação, já que o primeiro trimestre é mesmo mais sensível. É por isso que muitas famílias esperam passar as primeiras 12 semanas antes de compartilharem a novidade da gestação com todos os amigos e familiares.
Apesar de “normal”, sabemos que a perda de um bebê é sempre muito dolorosa. Cada mãe e pai podem reagir à experiência de uma forma diferente, mas é comum presenciarmos uma espécie de luto. Como especialistas em reprodução humana, buscamos minimizar ao máximo os riscos de algo assim acontecer.
A idade é um fator de risco para perdas gestacionais
Os riscos de sofrer um aborto espontâneo e de ter a gravidez interrompida aumentam progressivamente com o passar da idade.
Para mulheres na faixa dos 20 aos 30 anos, a taxa de risco de perda gira entre 9 e 17%.
Para gestantes acima dos 30 anos, a probabilidade de aborto aumenta para 20%, em média.
Depois dos 40 anos, a chance de perder o bebê é de cerca de 25%.
Após os 45, esse número sobe para 50%.
Riscos associados a gestações tardias
Quando a mulher engravida após os 40 anos, junto com o risco de aborto, aumenta, também, a probabilidade de o bebê ter algum tipo de síndrome genética.
Isso acontece porque os óvulos perdem qualidade com o passar do tempo. Este é um processo natural do organismo feminino. Mesmo que a mãe tenha um estilo de vida saudável, seja jovial e disponha do melhor atendimento médico, não há o que se fazer em relação à idade dos óvulos e o seu material genético.
Como engravidar depois dos 40
Uma alternativa para aumentar as chances de sucesso da gravidez depois da idade em que a mulher vive o auge da fertilidade seria recorrer a um tratamento de reprodução assistida.
Numa Fertilização in Vitro (FIV), por exemplo, existe a possibilidade de realizar uma biópsia embrionária para avaliar se o embrião formado é euplóide, ou seja, cromossomicamente saudável. Com este recurso é possível evitar a transferência de embriões com alterações que o tornam incompatíveis com a vida, consequentemente reduzindo os riscos de perdas gestacionais.
Ainda assim, outros fatores podem interferir no desenvolvimento da gestação, como condições gerais de saúde da mãe ou qualquer outro tipo de intercorrência.