Infertilidade Masculina

A infertilidade tem como causa um fator masculino em 30-40% das vezes e consiste na incapacidade de engravidar a parceira, quando esta não faz uso de métodos contraceptivos. Acredita-se que um prazo mínimo para se iniciar uma investigação seria de 01 ano, porém dependendo da idade da parceira, seis meses já seria um prazo razoável. Atualmente, para os casais que planejam uma gestação para quando a parceira estiver com mais de 35 anos, recomenda-se fortemente a investigação do casal precocemente. Ao urologista cabe: - Definir as possíveis causas da infertilidade. - Propor o tratamento quando este for possível. - Aconselhar o casal, em se tratando de fatores genéticos. - Abordar as possibilidades de reprodução assistida para os casais que dela puderem se beneficiar. Inicialmente procura-se saber soube o histórico do paciente quanto a gravidezes anteriores e cirurgias de esterilização. Nos casos negativos dá-se atenção a conhecer os antecedentes da puberdade do paciente. Muitas doenças poderão influenciar a fertilidade futura, como a caxumba, diabetes, criptorquia, traumas, torção de testículos e infecções anteriores. É importante saber sobre o uso de drogas, medicamentos e a proximidade com toxinas do meio ambiente que podem influenciar negativamente a produção dos espermatozoides. Varicocele A varicocele ocorre em 15% da população masculina e é encontrada em 50% dos homens com dificuldade de ter o seu primeiro filho e em até 69% dos homens que já foram pais pelo menos uma vez. Acredita-se ser a causa mais comum de infertilidade masculina com possibilidade real de melhora, após correção cirúrgica em até 60% dos pacientes. As especulações sobre o prejuízo da varicocele na espermatogênese relacionam-se ao aumento da temperatura intra-testicular ou ainda a estresses, em nível celular, secundários a substâncias que permaneceriam em maior concentração na microcirculação testicular. A cirurgia de correção de varicocele é considerada uma cirurgia de pequeno porte e quando realizada com técnica adequada permite recuperação e retorno rápido às atividades diárias. Infecções A presença de mais de 1.000.000 de leucócitos no sêmen analisado leva a necessidade de realização de culturas em busca de infecções. As D.S.T.s como clamídia, tricomoníase, ureaplasma e neisseria causam infecção no canal da ejaculação, causando alterações nas taxas de espermatozoides. Os tratamentos com antibióticos selecionados devem ter duração adequada para garantir a esterilização do sêmen. Passado de criptorquia, de caxumba ou de torção testicular Na história pregressa dos homens inférteis é de extrema importância a informação sobre cirurgias para correção de distopia testicular ou a ocorrência de parotidite causada pelo vírus da caxumba, ou ainda sobre quadros de torção testicular. Em todos estes casos pode ocorrer prejuízo do tecido germinativo comprometendo de forma significativa e em graus variáveis a espermatogênese (produção de espermatozoides). Nestes homens, normalmente constata-se a presença de testículos hipodesenvolvidos e muitas vezes o Urologista definirá juntamente com os ginecologistas, de acordo com o número de espermatozoides, qual será a melhor técnica de reprodução assistida. Azoospermia Caracteriza-se pela ausência completa de espermatozoides no ejaculado. Há de se diferenciar a Azoospermia em obstrutiva e não obstrutiva. Se tentarmos simplificar o sistema reprodutor masculino, como dependente de um encanamento pérvio para que os espermatozoides atinjam o sistema reprodutor feminino, fica fácil entender que a Azoospermia obstrutiva está associada a maiores chances de obtenção de espermatozoides viáveis, pois a produção de espermatozóides no testículo provavelmente está normal. É constatada em casos de obstrução cirúrgica, traumática, infecciosa e também em doenças genéticas como a Fibrose Cística. Já a Azoospermia não obstrutiva se relaciona a síndromes genéticas e alterações cromossômicas que exigem investigação mais aprofundada de cada homem e suas particularidades. Azoospermia também pode estar presente em homens que sofreram traumatismos raquimedulares (paraplégicos), homens que por motivos cirúrgicos ou medicamentosos apresentam ejaculação retrógrada e ainda doenças neuro-endocrinológicas.Quando necessário, segue-se com outras etapas, que consistem na investigação hormonal para avaliação da atividade testicular (FSH, LH, prolactina, androgênios e outros, se necessário), investigação da anatomia dos testículos (palpação pelo exame clínico e ultrassonografia), fragmentação do DNA do espermatozoide, estudo genético, além de outros específicos para cada caso.