Obesidade: Fator de risco para a fertilidade

Você sabia que no Brasil existem 18 milhões de pessoas obesas? E que aproximadamente 24% das mulheres estão obesas contra 16% dos homens?! Somos o 5° país no ranking da obesidade do mundo. Preocupante, não é? Ainda mais quando a obesidade e o sedentarismo interferem na fertilidade de homens e mulheres e representam problemas importantes para a saúde pública, devido ao aumento acelerado de suas prevalências e associação com efeitos adversos à saúde cardiovascular e metabólica em idades cada vez mais precoces. Mesmo que boa parte das mulheres obesas engravidem espontaneamente, sabe-se que a obesidade em mulheres em idade reprodutiva interfere negativamente nas chances de gestação, contribuindo para o aumento dos casos de infertilidade. Mulheres obesas têm três vezes mais chances de sofrer de infertilidade anovulatória do que pacientes com o IMC adequado. A obesidade está ligada há muitos fatores, não sendo somente reflexo de uma má alimentação. O excesso de peso pode estar ligado ao patrimônio genético da pessoa, aspectos econômicos e ambientais, hábitos de vida e metabolismo individual (que é a maneira como o organismo processa as substâncias químicas, como os alimentos ingeridos, com o intuito de gerar energia e manter o equilíbrio interno), que pode sofrer de disfunções endócrinas. O organismo de uma pessoa obesa está constantemente sobrecarregado e acaba desencadeando uma série de problemas. A saúde reprodutiva pode ser seriamente comprometida. Os homens podem sofrer com uma produção menor de testosterona, o que pode levar à redução da libido e problemas de ereção. Neles, também é observado o aumento do nível de estradiol, o que afeta a produção de espermatozoides. Nas mulheres, a obesidade interfere na fertilidade da mesma forma que nos homens, porém, o responsável por esse processo é o estrógeno, hormônio sexual fabricado pelos ovários. Por causa do excesso de gordura, pode ocorrer um distúrbio na produção e metabolização do estrógeno, perturbando a reprodução, causando disfunções na ovulação e diminuindo as chances de gravidez. Ciclos menstruais irregulares, com intervalos muito curtos, de menos de 21 dias, ou muito longos, com mais de 35 dias, tornam-se mais comuns. Outras condições associadas ao ganho de peso em mulheres em idade fértil são a incapacidade de ovular ou a falta de qualidade dos óvulos. O tratamento é perder peso O ideal para que esses problemas sejam amenizados é perder peso, é preciso buscar uma mudança de hábitos, e a perda de peso, de maneira saudável, é a solução. Reduzir o peso em, pelo menos, 10% já melhora a capacidade reprodutiva. Além de reconquistar a fertilidade, quando a infertilidade for causada pela obesidade, a redução de peso (seja por dieta e atividade física ou por meio de cirurgia) e a diminuição de gordura evitam o surgimento de doenças, como a diabetes e a hipertensão que, com o passar dos anos, podem se tornar um risco grave para a saúde. Procure acompanhamento com profissionais da saúde, como médicos endocrinologistas e nutricionistas, além das consultas regulares com seu ginecologista, e um plano de exercícios físicos adequados à condição de cada indivíduo. Em alguns casos, essa é a melhor alternativa, pois, mesmo que o foco do tratamento seja o excesso de peso, caso surja qualquer outra condição que esteja obstruindo a fertilidade, ela poderá ser adequadamente tratada.