Como engravidar depois da laqueadura

Conheça os caminhos possíveis para uma nova gravidez e saiba qual deve ser o seu primeiro passo

Por Dra Luciana Reis, CRM 2728/ RQE 1316-1491-1492-2931

Não raro recebemos na Clínica Gerare pacientes que desejam engravidar depois de fazer laqueadura. Seja por arrependimento, por estarem com uma situação financeira mais favorável, porque encontraram um novo amor... Muitos motivos podem levar uma mulher a querer mais um filho. Ainda bem que existem (sim!) alternativas para engravidar novamente depois da laqueadura.

Ao longo desse texto vamos falar sobre duas possibilidades de tratamento e sobre alguns parâmetros que devem ser observados para indicarmos cada opção.

O que é laqueadura?

Para início de conversa, vamos relembrar o que é a laqueadura?

O procedimento é considerado um método de esterilização voluntária. Ou seja, mulheres laqueadas se tornam estéreis, não tem mais capacidade de engravidar de forma natural.

Na prática, a laqueadura (ou ligadura tubária) “liga” ou clampea as tubas uterinas, interrompendo a sua passagem. Essas estruturas são fundamentais para que a concepção aconteça, já que são uma espécie de ponte entre os ovários e o útero. É neste caminho que o óvulo se locomove, que acontece o encontro com o espermatozoide, a fertilização e a formação do embrião que, seguindo pela trompa, cairá no útero.

Quando as tubas são clampeadas o óvulo não consegue se encontrar com o espermatozoide, tampouco chegar ao útero. Logo, a gravidez não acontece.

“Me arrependi da laqueadura e quero engravidar. O que fazer?”

Dra Luciana Reis, ginecologista especialista em reprodução assistida

O primeiro passo para mulheres que se arrependerem e desejarem ter mais filhos depois da laqueadura, é procurar um especialista em reprodução humana. Esse profissional irá avaliar cada caso individualmente, para então apontar a melhor opção de tratamento.

Conheça as opções:

Reversão de laqueadura

A reversão da laqueadura consiste em religar as tubas, o que é chamado de ‘reanastomose tubária’. É um procedimento cirúrgico que, na clínica Gerare, é realizado por vídeo (chamado de videolaparoscopia). A intenção é recuperar o funcionamento normal das tubas para tentar engravidar naturalmente.

Só que existem alguns “poréns”. Primeiro: Antes de indicar a cirurgia, precisamos avaliar se existe algum outro fator de infertilidade ou que possa dificultar a gravidez do casal. Por exemplo: Se a paciente já não tem uma boa reserva ovariana, se já está numa idade mais avançada, se tem alguma doença que possa interferir na fertilidade, se os exames do parceiro mostrarem alguma alteração... Em todos esses casos, as chances de engravidar naturalmente já são mais baixas. Logo, a tentativa de reverter a laqueadura pode não ser a melhor opção.

Segundo: Somente durante o procedimento de videolaparoscopia é que o médico poderá determinar se a reversão da laqueadura será possível. Durante os exames pré-operatórios não há como prever se será viável executar o procedimento ou não.

Terceiro: Somente depois de três meses do procedimento é que saberemos se as trompas de fato estão pérvias – ou seja, que estão desobstruídas, funcionando normalmente.

Fertilização in Vitro (FIV)

Daí vamos para a segunda opção. Para as pacientes em que a reversão da laqueadura não for indicada, ou até mesmo para aquelas que buscam uma solução mais rápida e com maiores chances de sucesso, indicamos a Fertilização in Vitro (FIV). O fato da paciente ter feito laqueadura não influencia neste tratamento – já que o óvulo é retirado dos ovários, fertilizado com o espermatozoide em laboratório (substituindo, então, o local natural de fertilização que seriam as tubas uterinas), e o embrião formado é transferido diretamente para o útero materno (eliminando a etapa de passagem pelas tubas).

E aí? Você está pronta para realizar o sonho de se tornar mãe novamente?

Fontes:
Gerare Reprodução Humana
CFM – Conselho Federal de Medicina
SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida