Entenda o que é e para quem o procedimento é indicado
Por Dr. Brummel Rodrigues Magalhães – embriologista - CRBM - 8881
Quando realizamos uma Fertilização in Vitro (FIV), o embrião formado em laboratório, através da fecundação do óvulo com o espermatozoide, pode ser biopsiado para avaliação genética.
Para que serve a biópsia embrionária?
A biópsia embrionária permite uma análise cromossômica do embrião. Aos embriões cromossomicamente normais, chamamos de euplóides. Quando se descobre alguma alteração cromossômica, chamamos de embriões aneuplóides.
Ter um embrião euplóide é uma ótima notícia para os futuros papais. Significa que esse embrião, do ponto de vista genético, não terá problemas para se desenvolver. Ou seja, nesse caso, as chances de sucesso da gravidez são maiores.
Já a descoberta de um embrião aneuplóide, com alterações cromossômicas, pode significar diversos cenários: Ele pode ser incompatível com a vida, impossibilitando a gravidez, pode ter alterações genéticas e até mesmo síndromes como a bem conhecida Síndrome de Down.
É importante você saber que essa avaliação nos serve apenas para termos conhecimento sobre a condição do embrião. Independentemente do resultado, os especialistas em reprodução humana não têm poder para interferir na genética do embrião formado.
Como é feita a biópsia embrionária?
Para realizar a biópsia, é retirada do embrião uma célula chamada de trofoblasto. Essas células dão origem à placenta. Ou seja, não se mexe na principal célula do embrião, a massa celular interna, que dará origem ao bebê. Esse pedaço de célula do trofoblasto é enviado para um laboratório fazer a análise genética do embrião. É importante ressaltar que o embrião permanece congelado na clínica Gerare. Ele não precisa “viajar” para ser avaliado.
Para quem a biópsia embrionária é indicada?
Nem todos os pacientes da reprodução assistida precisam fazer uma biópsia embrionária. Algumas das indicações são:
- Paciente mulher com mais de 40 anos;
- Pacientes que já fizeram outros tratamentos e tiveram falha na implantação do embrião;
- Pacientes que já sofreram dois ou mais abortamentos seguidos;
- Pacientes com histórico de doença genética familiar.
Além disso, nada impede que pacientes fora desses requisitos realizem a biópsia se desejarem.
Após a análise cromossômica, confirmando que o embrião é euplóide (sem nenhuma alteração cromossômica) podemos prosseguir para o preparo endometrial da paciente, para depois descongelar o embrião e fazer a transferência embrionária. Ou, então, ele pode permanecer congelado por tempo indeterminado, até o momento que a mãe desejar gestar.
Fontes:
Gerare Reprodução Humana
CFM – Conselho Federal de Medicina
SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida