Estresse x fertilidade

As emoções realmente interferem nas chances de engravidar?

Se alimentar bem, fazer atividade física e evitar o estresse. Você já ouviu essas recomendações de algum médico?

Elas podem soar repetitivas, mas o fato é que são pilares importantíssimos da nossa saúde como um todo. E em se tratando da fertilidade, não é diferente.

O que sabemos sobre o estresse em relação ao sistema reprodutivo?

Influência sobre a libido

Primeiramente, o estresse pode afetar a fertilidade de formas diretas – como quando prejudica a libido, por exemplo. A falta de interesse sexual conectada ao cansaço, fadiga ou excesso de preocupações tem um impacto significativo na vida dos casais tentantes.

Alterações hormonais

O cortisol, hormônio do estresse, também é um inimigo da fertilidade (assim como é do nosso bem-estar como um todo). Ele interfere na produção dos óvulos e dificulta a implantação do embrião no útero. Em situações extremas (casos de traumas ou fadiga, por exemplo) uma das consequências da elevação abrupta e exagerada do cortisol é a mulher deixar de ovular e de menstruar (normalmente por um período de tempo).

Problemas nos espermatozoides

Estudos descobriram que homens com altos níveis de estresse podem ter redução na concentração dos espermatozoides no sêmen – diminuindo assim a sua qualidade e, consequentemente, as chances de sucesso na fecundação.

Impotência

Nos homens, além da perda da libido e das alterações espermáticas, o estresse pode levar a quadros de disfunção erétil.

Antídotos para o estresse na prática

Como especialistas, temos a obrigação de te deixar por dentro de todas essas informações. Agora, cá entre nós, tem coisa mais estressante do que alguém falar que você não pode se estressar?

Ou, até mesmo, fazer com que você carregue um peso de culpa por acreditar que não está conseguindo engravidar porque anda muito ansiosa a respeito?

Por isso, é importante ponderar tudo que você já ouviu e leu a respeito.

Tentar engravidar pode ser estressante sim. É natural. Especialmente para os casais que estão enfrentando dificuldade para conseguir realizar esse sonho. Encarar um tratamento de reprodução assistida também gera muita ansiedade. É comum a quase todos os pacientes. Portanto, não se sinta mal por ter pouco ou nenhum controle sobre os seus sentimentos em relação a esse assunto – que é sensível por natureza. Ainda mais considerando que, dependendo do tipo de tratamento que você estiver fazendo, você pode ainda enfrentar uma montanha russa hormonal.

Sabemos que não tem como o estresse ser eliminado, de uma hora para a outra da sua vida. Mas, pequenas atitudes podem contribuir para deixar as coisas um pouco mais leves nesse momento.

Dicas práticas para reduzir o estresse enquanto tenta engravidar:

  1. Se possível, diminua o seu fluxo de trabalho e a agenda de compromissos (inclusive sociais);
  2. Invista em massagens, idas ao cinema, passeios no parque e outras atividades que proporcionem bem-estar;

3. Faça atividades físicas. Elas ajudam a reduzir o cortisol, o hormônio do estresse;

4. Cultive bons momentos a dois. A relação sexual não precisa se tornar mecânica, agendada conforme o seu período fértil, só porque vocês estão tentando engravidar;

5. Fale a respeito se te ajudar, não fale se não ajudar. Escolha pessoas de confiança, como alguém da família, uma melhor amiga ou uma terapeuta, para compartilhar as suas dúvidas e medos a respeito de tentar engravidar. Mas evite abrir esse assunto para todo mundo para escapar de cobranças e pressões desnecessárias.

  1. Por último, mas não menos importante: Procure ajuda especializada caso sentir alguma dificuldade para engravidar. Por mais que você anda estressada, dificilmente o estresse, isoladamente, impedirá a concepção. Caso você esteja tentando engravidar há um ano ou mais, é preciso que o casal faça uma avaliação da fertilidade. E nada impede que essa consulta aconteça antes caso isso fizer você se sentir mais segura para seguir nas tentativas.

Fontes:

Gerare Reprodução Humana

CFM – Conselho Federal de Medicina

SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida