Outubro rosa

Precisamos incluir a preservação da fertilidade nessa conversa

Por Dra Alessandra Bianchini Daud, CRM/TO 2479

Que o mês de outubro é destinado à conscientização sobre o câncer de mama você já sabe. O principal mote da campanha é em relação a prevenção da doença – já que, quando descoberta em estágios iniciais, tem ótimas estimativas de cura. Vale lembrar, ano após ano, da importância de a mulher fazer seus exames preventivos, como a mamografia ou ultrassom das mamas, por exemplo. Isso além do cuidado que começa em casa, ao reportar qualquer alteração percebida nas mamas ao seu médico de confiança.

Dito isso, nós, como especialistas em reprodução humana, precisamos aproveitar o gancho para falar sobre algo muito importante para quem descobre e enfrenta a doença:

Os tratamentos oncológicos, especialmente a quimioterapia e a radioterapia, têm grande potencial para prejudicar a fertilidade. É muito comum, nesses casos, que a reserva ovariana seja afetada ou até que as mulheres enfrentem uma menopausa precoce.

E se essa paciente ainda não tem filhos ou deseja engravidar novamente, isso pode ser um grande problema.

É aí que entra a iniciativa de preservação da fertilidade através do congelamento de óvulos. Inclusive, nesse caso o plano de saúde deve arcar com os custos da criopreservação.

Assim, mesmo que a mulher enfrente uma infertilidade depois de concluir o tratamento e ser curada do câncer, terá chance de engravidar através de um tratamento de reprodução assistida, como uma Fertilização in Vitro (FIV), com os seus próprios óvulos preservados.

           É importante espalharmos a informação de que o diagnóstico de um câncer não significa, necessariamente, que a paciente não poderá ser mãe. Mas, para aumentar as chances de sucesso da gravidez, é preciso fazer um planejamento reprodutivo antes de iniciar o tratamento oncológico.

Fontes:

Gerare Reprodução Humana

CFM – Conselho Federal de Medicina

SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida