Saiba mais sobre o tratamento para engravidar mais procurado da atualidade
Por Dra Alessandra Bianchini Daud, CRM/TO 2479
A ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides) tem ajudado inúmeras famílias a realizarem o sonho de gerar filhos. Não é à toa que este é o tratamento de reprodução assistida mais procurado e mais indicado da atualidade.
Entenda melhor como funciona a técnica e quais são as suas principais vantagens.
Como é o procedimento da ICSI
Assim como acontece na Fertilização in Vitro (FIV), na ICSI a fecundação (que naturalmente ocorreria dentro das tubas uterinas da mãe) acontece em laboratório.
Para isso acontecer, a mãe passa por um processo de estimulação ovariana para amadurecer o maior número possível de óvulos. No momento certo, estes óvulos são coletados por punção ovariana.
O sêmen do parceiro também é coletado e processado, garantindo que os melhores espermatozoides sejam utilizados.
Depois, o embriologista injeta o espermatozoide selecionado dentro do óvulo, facilitando a fecundação que formará os embriões – que é a estrutura celular a ser transferida para o útero materno. É o estágio inicial de desenvolvimento do bebê.
Qual é a diferença entre FIV e ICSI?
Na FIV o óvulo e os espermatozoides são colocados na mesma superfície de vidro no laboratório na expectativa de que a fecundação aconteça naturalmente. Ou seja, que um espermatozoide “encontre” e fecunde o óvulo. Já na ICSI o espermatozoide selecionado é depositado diretamente dentro do óvulo. Sem que seja necessário que ele o encontre e perfure – facilitando, assim, a concepção.
Principais benefícios da ICSI
A técnica possibilita que casais com fatores de infertilidade gerem filhos;
A ICSI é a indicação de tratamento para diversas causas de infertilidade. Desde condições como endometriose, ovários policísticos ou disfunções tubárias – que sabidamente diminuem as chances de engravidar – até os casos de infertilidade sem causa aparente (quando casais já estão há um ano ou mais tentando engravidar sem sucesso, porém sem descobrir o motivo) podem se beneficiar da técnica.
Possibilita o controle de doenças genéticas;
Os casais que optam pela ICSI têm a possibilidade de realizar uma biópsia embrionária. Trata-se de uma avaliação dos genes do embrião a fim de identificar possíveis alterações que levam a síndromes ou o tornam incompatíveis com a vida. Essa opção é muito importante para os casais que já sofreram com abortos de repetição, ou que já descobriram alguma doença genética hereditária que está sendo transmitida para os embriões e impossibilitando o seu desenvolvimento saudável. Essa biópsia não tem a capacidade de alterar os genes, mas permite que os embriões saudáveis sejam selecionados para serem transferidos, aumentando as chances de a gravidez dar certo.
Possibilidade de planejar uma gravidez futura;
Em nossa sociedade atual, existe a tendência de as mulheres adiarem a maternidade cada vez mais. Isso porque elas conquistaram seu espaço na vida acadêmica, no mercado de trabalho, têm mais liberdade para viajarem e realizarem seus projetos pessoais... Contudo, o relógio biológico não para. Ele continua delimitando um prazo para as mulheres engravidarem naturalmente (com maior facilidade e segurança). Passando dos 35 anos, as chances caem progressiva e rapidamente. A solução mais indicada para esses casos é o congelamento de óvulos ou de embriões. Esse procedimento dá liberdade para a mulher esperar por mais um tempo e programar uma gestação futura com mais tranquilidade – já que saberá que terá óvulos de qualidade para realizar a ICSI ou até mesmo um embrião já formado esperando pelo momento da transferência para o útero.
Nova chance de engravidar depois da laqueadura;
Pacientes que realizaram a esterilização por meio da laqueadura, mas se arrependeram do procedimento e desejam ter mais filhos, podem realizar esse sonho através da ICSI. Aliás, não somente no caso da laqueadura, mas em qualquer obstrução das tubas, o tratamento pode ser indicado. Isso porque, na ICSI, a fecundação acontece em laboratório e o embrião gerado é transferido diretamente para o útero materno, sem passagem pelas trompas.
Possibilidade de engravidar quando há fator de infertilidade masculino;
Nos casos de baixa contagem de espermatozoides também é possível engravidar pela ICSI. Isso porque o sêmen colhido é processado para que os melhores espermatozoides, independentemente de sua concentração, sejam escolhidos para que a fecundação seja realizada. Quando necessário (nos casos de azoospermia, por exemplo – quando o parceiro não possui espermatozoide em seu líquido seminal), existe, ainda, a possibilidade de realizar o tratamento com sêmen adquirido em um banco de sêmen.
Controle da quantidade de bebês;
Enquanto na inseminação artificial não havia a possibilidade de controlar o número de bebês a serem gerados, na ICSI é possível escolher quantos embriões são transferidos para o útero.
Armazenamento de embriões;
Outra grande vantagem é que os embriões excedentes, que não serão transferidos num primeiro momento, podem ser congelados. Assim os pais já garantem uma boa possibilidade de gerarem mais bebês no futuro, quando desejarem aumentar a família.
Fontes:
Gerare Reprodução Humana
CFM – Conselho Federal de Medicina
SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida