Quando procurar ajuda para engravidar?

Quando se deseja ter um filho, os primeiros passos são abolir os métodos anticoncepcionais e manter a regularidade das relações sexuais. Em uma realidade fácil, a mulher já não ficará menstruada no primeiro mês e após um teste rápido de farmácia com resultado positivo, confirmado posteriormente pelo exame de sangue, os próximos nove meses serão de preparação e grande expectativa pela chegada do bebê. No entanto, nem sempre a vida se encaminha dessa forma e os resultados saem como esperado. Mas isso não significa que deve-se perder a esperança. E a pergunta que fica é: quanto tempo o casal deve esperar até procurar ajuda médica? Alguns casais engravidam no primeiro ano. Até os 35 anos, a mulher pode procurar a ajuda de um especialista depois de 12 meses de tentativas frustradas. Dessa idade em diante, é bom fazer isso depois de seis meses. Assim, com o médico especialista, investiga-se as causas de infertilidade por meio de exames de sangue, espermograma do parceiro e exames de imagem específicos. A partir daí, serão montados os tratamentos. Caso seja necessário algum tipo de intervenção mais complexa, um especialista em reprodução humana é o indicado. Pressa e ansiedade Para alguns casais, esperar seis ou 12 meses para conseguir uma gestação naturalmente é muito tempo. Eles têm pressa e, frustrados e ansiosos por causa da gravidez não acontecer em um ou dois meses, logo procuram médicos para "acelerar o processo". Mas, esse tipo de atitude não é aconselhável, não se recomenda um tratamento de baixa ou alta complexidade sem que exista um problema de fertilidade. A pressa pode acarretar problemas na vida do casal, além de que deve-se lembrar que as técnicas de reprodução assistida não são isentas de riscos: podem envolver cirurgias e aumentam a probabilidade de gemelaridade, o que pode levar a uma gestação de risco para a mulher e para os fetos. Para acalmar os apressados, a realização de uma avaliação completa do potencial reprodutivo do casal ajudará. Ela envolve quatro exames: o homem precisa fazer um espermograma e a mulher, um perfil hormonal, um ultrassom transvaginal e uma histerossalpingografia (avaliação das trompas e da cavidade uterina). Os resultados ficam prontos em aproximadamente um mês e mostram se o homem e a mulher têm condições físicas de gerar um filho pelas vias naturais. Caso haja de fato um problema de fertilidade, ele será detectado. Por que alguns casais têm dificuldade para engravidar? A infertilidade decorre em 30% a 40% de causas femininas, em 25% a 30% de causas masculinas e em 30% a 39% de causas em que ambos os parceiros estejam envolvidos. Entre as causas femininas, as grandes vilãs e responsáveis por aproximadamente 90% dos casos são: a endometriose – que pode afetar a estrutura anatômica do trato reprodutor, causar obstrução tubária e má qualidade dos óvulos –, as doenças inflamatórias pélvicas – que também podem levar à obstrução tubária; a clamídia é a mais comum – e a síndrome dos ovários policísticos – que não permite que a mulher ovule todos os meses. Nos outros 10% ficam alterações genéticas raras, como a Síndrome de Turner, o tabagismo, o uso de drogas (estes dois diminuem o potencial ovariano) e a idade avançada, já que a mulher apresenta uma queda gradual da fertilidade já aos 25 anos, acentuando-se marcadamente após os 35 anos, devido à não renovação dos folículos ovarianos e à perda da maioria deles. Ao nascer, a mulher tem cerca de um milhão de folículos nos ovários. Na primeira menstruação, esse número cai para 400 mil. A cada ovulação, cerca de mil folículos são “recrutados”, com a ovulação de apenas um. Os tratamentos Os tratamentos de que os médicos dispõem atualmente para ajudar o casal a gerar o tão desejado bebê podem ser de baixa complexidade (coito programado e inseminação artificial) e de alta complexidade (Fertilização in vitro). Vale lembrar que, de acordo com o Conselho Federal de Medicina, a idade limite para a mulher ser submetida a qualquer um desses tratamentos é 50 anos. Se você se encontra na busca de ter um filho, o mais importante é não perder a fé e a esperança. Procure uma clínica de referência e tenha o acompanhamento médico indicado.