Entenda a importância de avaliar a sua para planejar uma gestação
Por Dra Alessandra Bianchini Daud, CRM/TO 2479
Fato curioso: Enquanto os homens produzem espermatozoides durante toda a vida, as mulheres já nascem com o seu “estoque” de óvulos completo. Não há mais produção. Com o passar dos anos, ela vai perdendo esse estoque gradativamente, até acabar. A esse número de óvulos ainda disponíveis, damos o nome de ‘reserva ovariana’.
Chamados de ‘oócitos primários’, as estruturas que formarão os óvulos já se desenvolvem quando a bebê ainda está na barriga da mãe. Quando nasce, a menina tem cerca de 1 a 2 milhões de oócitos. E desde o nascimento, começa a perdê-los num processo natural do organismo. Milhares de oócitos não amadurecem e se degeneram.
Para você ter uma ideia da velocidade desse processo de perda, na puberdade já restam apenas algo entre 300 e 500 mil óvulos. Depois dos 30, essa queda da reserva ovariana se acentua. E o declínio é ainda mais rápido após os 40.
Estima-se que dentre todos os oócitos com os quais a mulher nasce, apenas algo entre 300 e 400 amadurecem e são liberados na ovulação ao longo da vida. São os óvulos que estarão disponíveis para serem fecundados – normalmente um a cada ciclo menstrual. Quando a reserva ovariana acaba, a mulher entra no período da menopausa.
Quando avaliar a reserva ovariana
Mulheres na faixa dos 30 anos que ainda não se sentem prontas para engravidar podem se beneficiar da avaliação da reserva ovariana para saberem se é prudente adiar a maternidade por mais algum tempo sem tomar medidas de preservação da fertilidade (como o congelamento de óvulos). É claro que apenas a informação da reserva ovariana, isoladamente, não é suficiente para determinar se uma mulher irá ou não engravidar, mas ela nos dá um indício.
A avaliação também é necessária para pacientes que já tentam engravidar há um ano sem sucesso, e precisam investigar uma possível infertilidade.
Diagnóstico de baixa reserva ovariana
Nós temos alguns parâmetros de quantos óvulos devem estar disponíveis para cada faixa etária da paciente. Em alguns casos, porém, por motivos diversos, pode ocorrer um aceleramento da perda de óvulos, ocasionando um diagnóstico de baixa reserva ovariana.
Os primeiros indícios de que a reserva pode estar comprometida podem ser detectados em exames de rotina, normalmente solicitados pelo ginecologista. Entre estes está o exame de sangue que avalia o nível do hormônio antimuleriano (HAM).
Além do exame de sangue, o diagnóstico completo conta com uma ultrassonografia transvaginal. Este exame de imagem permite que os folículos antrais – estruturas em que os óvulos se desenvolvem – sejam contados dentro dos ovários.
Fatores que comprometem a reserva ovariana
Além da idade da paciente e do processo natural de perda dos óvulos, históricos médicos como lesões ovarianas, cirurgias nos ovários, algumas doenças (como endometriose e cistos ovarianos) e até mesmo alguns tratamentos (como quimioterapia e radioterapia) podem interferir na reserva ovariana.
Inclusive, toda mulher em idade fértil que precisar encarar um tratamento oncológico deve ser orientada sobre o congelamento de óvulos a fim de ter maiores chances de engravidar quando curada.
Tratamento para baixa reserva ovariana
Você está tentando engravidar, mas recebeu um diagnóstico de baixa reserva ovariana?
O melhor tratamento irá depender da sua avaliação individual com um médico especialista em reprodução assistida. Em alguns casos, utilizar medicamentos para estimular a ovulação é o suficiente. Em outros, pode ser indicado um tratamento de maior complexidade, como a Fertilização in Vitro. Neste último há, ainda, a possibilidade de realizar o tratamento com um óvulo doado, caso já não seja mais possível coletar os óvulos da própria paciente devido à reserva ovariana deficiente.
Independentemente de qual for a sua situação, o importante é manter em mente que existe um tratamento. Você ainda pode ser capaz de gerar uma vida, apesar deste percalço.
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato com a nossa equipe. Oferecemos consultas presenciais e online. Ficaremos felizes em ajudá-la.
Fontes:
Gerare Reprodução Humana
CFM – Conselho Federal de Medicina
SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida
Manual MSD