Tentantes e grávidas devem ter cuidados redobrados com a dengue

Brasil registrou mais de 1 milhão de casos somente este ano

Por Dra Alessandra Bianchini Daud, CRM/TO 2479

Em 2024, o Brasil registrou números excepcionalmente alarmantes de casos de dengue. Só nos dois primeiros meses do ano, mais de 1 milhão de pessoas foram contagiadas – isso sem contar as pessoas que não buscaram por ajuda médica e, portanto, ficaram de fora da contagem oficial. Para você ter uma ideia do quanto a situação está complicada, no mesmo período do ano passado, havia pouco mais de 200 mil registros.

Sintomas da dengue

Febre, dor do corpo, dor nas articulações, dor de cabeça (especialmente atrás dos olhos) e manchas pelo corpo são alguns dos sintomas mais comuns da doença transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti. Nem todas as pessoas manifestam todos os sintomas. Outras podem ter ainda outros sintomas associados como coceira, enjoo, vômito, sensação de fraqueza e desmaio, entre outros.

Perigo da dengue na gravidez

Mas o problema maior está escondido – e é ainda mais perigoso para as grávidas. Uma das consequências da infecção é a diminuição das plaquetas do sangue. As plaquetas são estruturas responsáveis pela coagulação sanguínea. É a sua diminuição abrupta que pode levar aos casos de hemorragia, principal complicação da doença.

Quando as plaquetas da gestante diminuem demais, além da hemorragia, há o risco de descolamento de placenta e até mesmo de aborto. Quando a doença se manifesta próxima ao parto a questão do risco de hemorragia se torna ainda mais preocupante.

Outro cenário que merece atenção redobrada pelas grávidas é o de desidratação, complicação comum entre as vítimas da dengue.

As tentantes que podem engravidar em um futuro próximo, também precisam se precaver.

O que fazer em casos de dengue na gravidez?

Qualquer pessoa que desconfiar que está com dengue deve procurar atendimento médico para realizar o teste da doença. Se a paciente está grávida ou realizando um tratamento para engravidar, comunicar o médico que a acompanha é ainda mais essencial.

A indicação primordial para os casos de dengue é repouso e hidratação. Alguns medicamentos podem ser indicados para ajudar a aliviar os sintomas como dor e febre. É muito importante que a paciente não se automedique - alguns remédios que são popularmente utilizados no dia a dia, como Aspirina e Ibuprofeno, são contraindicados em casos de dengue e podem provocar complicações do quadro.

Alguns pacientes podem, ainda, ser orientados a realizar um hemograma para checar a contagem de plaquetas e descartar ou prevenir os riscos de hemorragia.

A prevenção é o melhor remédio

Como toda doença viral, não existe um tratamento específico para curar a dengue mais rapidamente – somente medicamentos para controlar os sintomas. Por isso, o mais recomendado é tomar atitudes para prevenir a picada do mosquito.

Além de não deixar água parada – que contribui para a proliferação do inseto transmissor da doença – use repelentes sempre. Fique especialmente atenta aos horários em que os mosquitos estão mais ativos – no início da manhã e no fim do dia. Se você já está grávida, peça indicação para a sua obstetra para se certificar de que o produto escolhido não fará mal ao seu bebê.

Outra medida protetiva é usar roupas longas e leves. Quanto mais pele estiver coberta, mais protegida você fica.

Aproveite a sua próxima consulta médica e converse com o profissional que te acompanha sobre a vacina contra dengue. Caso na sua região ou pela sua faixa etária a vacina não seja ofertada pelo SUS, você pode encontrá-la em clínicas particulares.

Juntos e munidos de informação, somos mais fortes do que o mosquito.

Fontes:

Gerare Reprodução Humana

CFM – Conselho Federal de Medicina

Ministério da Saúde